sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Mark Rothko


A propósito de um trabalho sobre Vermelho, em cena no Teatro Aberto, um perfil sobre Mark Rothko, um dos grandes pintores americanos do século XX.
Poucos artistas teorizaram tanto sobre arte e, mais concretamente, sobre a sua própria criação artística quanto Mark Rothko. Para a dramaturgista Vera San Payo de Lemos, a grande virtude de Vermelho, de John Logan, foi “tratar com muito rigor o legado intelectual de Rothko, registado em inúmeros ensaios, palestras e correspondência.” Apesar de se tratar de uma ficção histórica, “o texto altera pouco os dados históricos e manifesta um conhecimento aprofundado do pensamento de Rothko.”

Nascido em 1903, em Dvinsk, na Rússia, Marcus Rothkowitz, nome de baptismo de Rothko, é o quarto filho de um farmacêutico judaico que emigra em 1910 para os Estados Unidos da América. Em 1913, a família junta-se a ele e estabelecem-se em Portland, Oregon. Ao longo do seu percurso escolar, Rothko demonstra grande interesse pelo estudo da arte, do teatro e dos clássicos, garantindo uma bolsa de estudos que o leva a ingressar na Yale University, onde estuda com Max Weber. Acabará por abandonar Yale, em 1923, sem ter concluído o curso.

A paixão pelo teatro levam-no a Nova Iorque onde tenta ingressar, embora sem sucesso, no American Laboratory Theater. Acaba por matricular-se na New School of Design e, entre 1925 e 1928, trabalha como ilustrador gráfico. Expõe pela primeira vez em 1928, ao lado de Milton Avery, que se tornará seu mestre e amigo. Em 1933, Rothko tem a sua primeira exposição individual em Nova Iorque, na Contemporary Art Gallery.

Em 1935, ao lado de Adolf Gottlieb funda o grupo The Ten que se baseia nos princípios da pintura realista, na exploração do expressionismo e da pintura abstrata, opondo-se ao conservadorismo dos círculos artísticos da época. Dez anos depois, Rothko é um pintor aclamado e expõe nas mais conceituadas galerias de Nova Iorque. Em 1952, surge ao lado de Clyfford Still e Jackson Pollock na exposição Fifteen Americans, no MoMA. Em 1958, e após alguns colegas o acusarem de “desejar obter um êxito burguês” subvertendo a sua obra, Rothko aceita uma encomenda milionária de murais para o luxuoso restaurante Four Seasons. Mais tarde, abandona o projecto e devolve a totalidade da verba recebida.

Em 1961, o MoMA acolhe a primeira retrospectiva da sua obra. No ano seguinte, rescinde o contrato com a Sidney Janis Gallery em protesto contra o apoio dado por esta à pop-art. Em 1968, sofre um aneurisma e os médicos proíbem-no de pintar telas com mais de um metro de altura. Um ano depois, doa à Tate Gallery de Londres nove dos murais criados para o Four Seasons, com a premissa de que lhes seja dedicada uma sala em que possam figurar em conjunto. Suicida-se, no seu estúdio, a 25 de Fevereiro de 1970, dia em que os murais chegaram a Londres.

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