terça-feira, 18 de março de 2008

Outono em Barcelona

De braço dado no Eixample, pelo Passeio de Grácia, da Pedrera à Casa Batlló. Sopra o vento frio que desce dos Pirinéus. Descemos devagar, na calma do estio pretérito, sentido a cidade pulsar. Queremos lavar os olhos no Mediterrâneo que acabou de ver Ulisses passar. La Rambla é uma festa! Há gentes de um mundo inteiro que faz acontecer vida em cada passo cadente que damos. Atiramos uma moeda ao homem estátua... Petrificado! Do Lyceu libertam-se vozes de anjos que é impossível ouvir perante a multidão entregue ao buliço. Um chocolate quente e churros no café da ópera aconchega o coração. Está frio, mas transpiramos a satisfação. Tudo pulsa: o Miró no chão, a velha fábrica de sombrinhas, os quiosques de bugigangas, as esplanadas cercadas... lá está a estátua de Cólom. Este é real, não é gente! Aponta para o mar. Aqui, do Porto Velho, de onde se deseja ancorar para depois subir, lenta e levemente, nesta tarde de Outono em Barcelona.

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