quinta-feira, 4 de julho de 2013

Que alternativa quer o PS?


À margem da sucessão de episódios que revela quão podre está o governo PSD/CDS, o Partido Socialista alinha-se no discurso da esquerda quanto à inevitabilidade de realizar eleições com a maior brevidade possível. Porém, aquilo que se vai lendo nas entrelinhas do discurso pouco coerente e algo malabarista de António José Seguro é que a alternativa possível, preconizada pelo PS, parece estar a ser namorada com Paulo Portas e o CDS.
Será porventura especular que o número de ópera bufa oferecido pelo parceiro de governo de Passos Coelho ao País nestes últimos dias tenha algo a ver com este namoro. Mas, numa altura em que a política dos agora denominados “partidos do arco da governação” se encontra no ground zero da credibilidade e da moral, talvez não seja demais relacionar uma coisa e outra.

Na verdade, o PS ainda não foi capaz de assumir com contundência que pretende rasgar o memorando da troika e ser, de facto, uma alternativa verdadeira à política de desastre da direita. Em suma, a postura hibrida de Seguro em relação à governação socialista de Sócrates, ao memorando da troika e uma certa simpatia para com o CDS faz temer o pior.
Ao mesmo tempo, Seguro diz estar disposto a abrir caminhos de diálogo com todas as forças políticas, notando-se que essa abertura ao consenso parece embicar mais à direita do que à esquerda. Pergunta-se, assim, como é que o PS pretende ser alternativa à política criminosa, anti patriótica e destrutiva do PSD e do CDS contando, precisamente, com o PSD e o CDS a seu lado? 

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