
Mas as diásporas douradas inerentes a cargos internacionais são para quem pode, não para quem quer – ou o País arriscava a desertificação massiva. Que o diga o governador do Banco de Portugal que, esgotado de cansaço por andar a pregar sacrifícios necessários aos outros enquanto se deleita num dos salários mais fartos do mundo e faz vista grossa às negociatas das instituições de agiotagem lusitanas, se prepara para abandonar o barco. Com o alto patrocínio do camarada José Sócrates que, na sexta-feira passada, formalizou a candidatura do companheiro à vice-presidência do Banco Central Europeu.
Introduzindo neste episódio alguma seriedade, não deixa de ser inquietante que, após o desempenho de Vítor Constâncio à frente do Banco de Portugal, venha o Primeiro Ministro sugerir esta candidatura. Como de inquietações se vai fazendo a crise, o Presidente da República veio ontem subscrever a proposta, argumentando que “o colega dos tempos do Banco de Portugal e contemporâneo de academia tem muita competência para o desempenho do cargo”, honrando assim o eventual bom nome do País no exterior.
Depois dos episódios que rodearam a supervisão deficitária e negligente à banca nacional por parte da entidade com competência para tal, o Banco de Portugal, Vítor Constâncio, um dos principais responsáveis pelos custos infligidos à economia nacional pelo sector bancário, prepara-se para ver reconhecido o seu “competente” trabalho com uma promoção europeia. É demasiado inquietante que Constâncio não tenha respondido como devido pela sua “competência”, e ainda é mais inquietante este doce abandono que se anuncia com o patrocínio das mais altas individualidades do Estado Português.
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