Aclamado em dezenas de festivais de cinema nacionais e internacionais, vencedor de vários prémios – incluindo o Grande Prémio do Festival de Réel, em França, e o Prémio FIPRESCI no Dok Leipzig, Alemanha –, o filme de Susana de Sousa Dias parte das fotos de cadastro dos presos políticos para estruturar, através da imagem, ou na ausência dela, e da palavra, ou nos silêncios, um olhar transversal sobre a ditadura. Não se confinado apenas à experiência da tortura exercida nos cárceres da PIDE, o filme propõe, pela sua cadência e forma, um convite à reflexão prolongada sobre o modo como o regime manipulava a ordem social, se impunha na vida privada e exercia o poder através do medo e da violência.
excerto do artigo publicado na edição 208 da Lisboa Cultural, de 18 de Abril de 2011
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