
Curiosamente, e quando se percebe que a Comissão Barroso em Bruxelas se ancora cada vez mais nos poderes e ditames do grande capital financeiro, fortemente apostado em fulminar as periferias ou simplesmente exercer uma economia depredadora de meios e recursos nos países economicamente mais frágeis, o PSD de Passos Coelho dá voz nacional aos anseios desta tendência. Ao atacar princípios fundamentais contemplados na Constituição da República Portuguesa, o radicalismo neoliberal que o actual líder do PSD já não esconde propõe a destruição dos alicerces constitucionais do próprio regime democrático – através do reforço os poderes presidenciais –, do Estado social – através do princípio da universalidade e gratuitidade da saúde e da educação – ou dos direitos dos trabalhadores – promovendo a troca da “justa causa” agora inscrita por uma dúbia “razão atendível” como sustentação para os despedimentos.
O ataque subjacente neste projecto retira, em termos genéricos, a Constituição ao povo português, argumentando que a Lei Fundamental é a causa liminar dos atrasos estruturais do país. A legitimar muitos destes princípios tem estado toda uma intelligenzia regimental que oculta despudoradamente as causas da crise do capitalismo e remete para o Estado social o ónus do problema. Não surpreende pois que, ostentando a bandeia da modernidade e o princípio da responsabilidade, este anteprojecto de cariz marcadamente ideológico venha a colher entre nós alguma popularidade e a influenciar os obreiros da “esquerda moderna”. É, no fundo, apenas mais um elemento que encaminha o país para um futuro cada vez mais incerto e preocupante, talvez pensado num quadro mais vasto que o interno.
O ataque subjacente neste projecto retira, em termos genéricos, a Constituição ao povo português, argumentando que a Lei Fundamental é a causa liminar dos atrasos estruturais do país. A legitimar muitos destes princípios tem estado toda uma intelligenzia regimental que oculta despudoradamente as causas da crise do capitalismo e remete para o Estado social o ónus do problema. Não surpreende pois que, ostentando a bandeia da modernidade e o princípio da responsabilidade, este anteprojecto de cariz marcadamente ideológico venha a colher entre nós alguma popularidade e a influenciar os obreiros da “esquerda moderna”. É, no fundo, apenas mais um elemento que encaminha o país para um futuro cada vez mais incerto e preocupante, talvez pensado num quadro mais vasto que o interno.
foto: i on line
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