Felizmente que nem todos pensam como eu e, esperançosamente, olham para um novo Sócrates como o ser pensante que equaciona agora o que fazer com estes (muitos menos) votos. Assim, alimentam a esperança (ou quem sabe a fé) numa grande união das esquerdas, com a agora também reforçada ala esquerda do parlamento. Sinceramente, e perdoem-me os crédulos, acho que Sócrates já decidiu não só o que fazer com os seus votos como com os daqueles que o podem fazer sobreviver nesta legislatura com morte anunciada, lá para meados de 2012.
terça-feira, 29 de setembro de 2009
O que fazer com estes votos
Felizmente que nem todos pensam como eu e, esperançosamente, olham para um novo Sócrates como o ser pensante que equaciona agora o que fazer com estes (muitos menos) votos. Assim, alimentam a esperança (ou quem sabe a fé) numa grande união das esquerdas, com a agora também reforçada ala esquerda do parlamento. Sinceramente, e perdoem-me os crédulos, acho que Sócrates já decidiu não só o que fazer com os seus votos como com os daqueles que o podem fazer sobreviver nesta legislatura com morte anunciada, lá para meados de 2012.
sábado, 26 de setembro de 2009
Instantâneos de Campanha
2. Aparentemente, a dinâmica criada pelo Bloco de Esquerda entre as eleições europeias e o inicio da campanha pareciam fazer antever uma votação estrondosa para a dimensão do partido. Apercebendo-se claramente que o descontentamento de uma parcela do eleitorado socialista era captado pelo BE, Louçã transformou-se numa espécie de “Alice” num país de maravilhas que a sua imaginação projectou. Subitamente, o guardião da superior moral da esquerda, até aí embrenhado numa completa e descomprometida inconsequência ideológica que representava o seu maior trunfo para conquistar votos, libertou o seu trotskismo genético e radicalizou o discurso. Pode-se dizer que, provavelmente, Louçã nunca pensou que os seus “socialistas” fossem confrontados com os laivos mais “radicais” do seu programa eleitoral mas, Sócrates teve a habilidade de o denunciar num debate televisivo e, assim, colocou a semente da dúvida no seu eleitorado fugitivo, o qual, obviamente, não se revê em soluções tidas como "extremistas".
3. Para muitos, a forma quase tímida como Jerónimo de Sousa se comportou nos debates com os seus adversários poderia fazer antever o descalabro eleitoral da CDU. Mas o carisma popular do secretário geral do PCP e a postura quase sempre construtiva do seu discurso demonstraram que Jerónimo vale votos para lá do PCP. A entrevista que deu a Ricardo Araújo Pereira fez mais uma vez prova do seu humor, simpatia, e humanismo, desmistificando os traços rudes e grosseiros com que se continuam a pintar os comunistas na sociedade portuguesa. Para além disso, Jerónimo, apesar de comunista, é um gentleman e não resistiu mesmo a pedir desculpa aos jornalistas, que o acompanharam ao longo destas duas semanas, pela rotineira ementa de campanha. Febras de porco, para que se saiba.
4. O PSD desta campanha foi um partido à imagem de Manuela Ferreira Leite. Pálido e fantasmagórico. Já se suspeitava que sempre que Ferreira Leite usasse da palavra havia votos a perderem-se. Depois, veio a teimosia exponencial na tese da “asfixia democrática” representada pelo poder socialista, tese esta a que insistentemente recorreu para chegar ao cúmulo de afirmar que os resultados das projecções que derrotam o PSD se devem ao medo instalado na sociedade portuguesa. Pelo caminho, houve demasiada trapalhada e a “verdade” apregoada foi-se transformando em rábula. Veja-se o “misterioso” caso das escutas de Belém, os votos comprados pelos candidatos arguidos ou o modelo democrático da Madeira. Asfixiada em fantasmas, Ferreira Leite só conseguiu elencar o que não faria se fosse poder. Nada mais. Por tudo isto, vai perder as eleições.
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
Desvalorização e Desmotivação
"O actual quadro legal aplicável ao regime de carreiras dos trabalhadores da Administração Pública e Local é, efectivamente, a maior ofensiva que um governo, em democracia, impôs ao sector público e aos seus recursos humanos. Sob o manto do incremento da produtividade e da competência esta legislatura, sustentada na maioria parlamentar absoluta do Partido Socialista, que agora termina, ao atacar implacavelmente os trabalhadores do sector público, é responsável pela maior horda de legislação lesiva à prestação de serviços públicos de qualidade, seja através do Estado, seja através dos municípios.
O presente texto será publicado na edição nº 134 do jornal do Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa, "O Trabalhador da CML".
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
Life without internet
O mundo até poderia ter acabado. A televisão do quarto de hotel nem sequer funcionava em perfeitas condições, logo, foi dispensável… a não ser que jogasse o Benfica! Confesso: não resisti e conectei-me para saber se nos bateríamos vitoriosos em Guimarães e em Poltava. Mas, em férias, e num local onde nem sequer chegam jornais, tudo o resto se tornou dispensável. Telemóvel desligado e apenas dois ou três contactos com casa para saber se tudo ia correndo pelo melhor. O que interessa é amar e desfrutar. Nada mais.
Mas, que jeito dá um ar condicionado num país tropical. E um frigorifico de mini-bar. E um telefone de recepção de hotel para chamar um táxi que nos leve a qualquer lugar fantástico. Não podemos viver sem isso, ou já não sabemos porque estamos impregnados de conforto por dentro e por fora. Ali está um computador com ligação à internet. É inevitável! Mas resisto; para quê corromper minutos de paz a ler mensagens de e-mail ou facebook dos amigos. Haverá tempo para tudo isso ao regressar. E blogues, e teclados de computador tilintando… Nem pensar. Resisti!
Doces férias, doces tempos. Ó gloriosa solidão (ou quase) de civilização na sombra dos dias.
Foto: FB